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SIDDHARTHA GAUTAMA BUDDHA

Siddhartha encaminhou-se novamente para a colossal árvore baniana, sob cuja folhagem ia ser revelada a verdade do seu destino, no momento em que se sentou sob a árvore, caiu a noite, porém, o príncipe das trevas, tendo notícia de que ali estada o Buda, que ele iria libertar os homens e era chegada a hora de encontrar a Verdade para a salvação do mundo, enviou ordens às potestades do mal.

Então saíram dos profundos abismos e se congregaram os demónios inimigos da Sabedoria e da Luz, eram Arati, Trishna e Raga, com as suas tramas de paixões, horrores, ignorâncias e concupiscências, com todos os engenhos inventivos das trevas e do temor, aborrecedores de Buda, cujo espírito tentavam conturbar.

Entre os fragores da tormenta, legiões de demónios agitaram-se no espaço com o ribombar do trovão e relâmpagos ofuscantes, semelhantes a dardos, que se desprendiam do purpúreo céu. Com estratagemas e conjurações, faziam aparecer entre a tranquila folhagem, figuras de feiticeira beleza, e ressoavam voluptuosos cânticos e murmúrios de amor, umas vezes o tentavam oferecendo poderio, e outras, apresentavam-lhe dúvidas sobre a Verdade como se ela fosse ilusão.

Chegaram os pecados capitais, os anjos do mal, primeiro Attavada, o pecado do egoísmo, que se compraz em contemplar a sua imagem reflectida no universo como num espelho e lhe diz: “Se és Buda, deixa que os demais andem nas trevas. Basta que sejas invariavelmente Tu. Levanta-se e goza a felicidade dos deuses, que não sofrem mudança nem derrota nem luta.” Porém Buda lhe replicou: “A justiça em ti é menosprezável e a injustiça uma maldição. Vai enganar àqueles que amam a si mesmo.” Aproximou-se depois a pálida dúvida, o pecado irónico, que silvou nos ouvidos do Mestre: “Todas as coisas são ilusões e vã é a ciência da tua vaidade. Só buscas a tua própria sombra. Levanta-se e abandona estes lugares. Não há maior recurso do que um desdém paciente, e não existe nenhum remédio para o homem, que é incapaz de deter a sempre girante roda.” E o Senhor Buda respondeu: “Nada tens que ver comigo, insidiosa dúvida, o mais astuto inimigo dos homens.” Em terceiro lugar veio a superstição, a feiticeira que se encobre sob o manto da modesta fé, porém, que sempre engana as almas com cerimónias e orações, tendo em suas mãos as chaves que fecham os infernos e abrem os céus. Disse-lhe a superstição: “És audaz. Trancafias os nossos livros sagrados, destróis os nossos deuses, despovoas os templos e estraçalhas a lei que mantém os sacerdotes e sustenta os reis.” Porém o Buda respondeu: “Pedes-me que destrua a forma transitória, porém, a Verdade permanece livre. Volta às tuas trevas.” Depois, adiantou-se galhardamente o mais ousado tentador. Era Kama, o rei das paixões, que mesmo sobre os deuses exerce a sua influência. Era o mestre dos amores, o soberano do reino do prazer. Aproximou-se da árvore, sorridente, com o seu arco de ouro enfeitado de vermelhas flores, e na aljava as setas do desejo e cujas pontas são cinco línguas de fogo que ungem o coração e ferem mais cruelmente do que envenenado dardo. Acompanhavam-no coortes de esplêndidas formosuras, de lábios e olhos celestes que voluptuosamente louvavam o amor ao som de invisíveis e harmoniosos instrumentos. Era tal o seu encanto, que até a noite parecia suspender o seu curso para ouvi-las, e as estrelas e a lua se detiveram atentas à sua careira, enquanto as beldades recordavam ao Buda em seus cantos, as perdidas delícias, e lhe diziam que um mortal não pode encontrar nos três imensos mundos nada comparável aos perfumados seios da amante formosura abandonada, nem aos seus rosados mamilos rubros de amor. Acrescentaram que nada sobrepuja a suave harmonia da forma, que oferece à vista linhas e encontros da pessoa amada, na indizível harmonia que se encontra de alma para alma, que faz ferver o nosso sangue e que a vontade adora e deseja porque sabe que ali está o óptimo, que é o verdadeiro céu onde os mortais são como deuses, criadores e soberanos, que é o dom dos dons, sempre renovado, e por ele se podem suportar mil dores. Porque, quem se recorda de ter sofrido quando ternos braços o enlaçaram e toda a sua vida se fundia num suspiro de felicidade e num ardente e apaixonado beijo possuía o mundo inteiro? Assim cantavam com lânguidos ademanes, com olhos que soltavam amorosas chamas e com lábios de sedutores sorrisos. Em sua lasciva dança deixavam entrever os seus quadris e coxas como entreabertos casulos que ostentam os seus matizes e todavia ocultam os seus corações. Jamais houve para os olhos humanos maior encanto do que aquelas nocturnas bailarinas que se aproximavam da árvore, cada qual mais sedutora que a precedente, murmurando: “Ó excelso Siddhartha! Sou tua. Prova de minha boca e vê se não é deleitosa a minha juventude.” Mas ao ver que o espírito de buda permanecia inquebrantável, Kama brandiu o seu mágico arco, e de repente destacou-se do grupo de dançarinas uma figura mais bela e majestosa do que as outras cujo semblante se assemelhava ao da doce Yosodhara. Os seus olhos negros, regados de lágrimas, reflectiam veementíssima paixão. Os seus braços, abertos para ele, retorciam-se de dor, e gemendo suavemente, a encantadora sombra chamou-o por seu nome, e disse entre suspiros: “Príncipe meu. O teu abandono me mata. Que céu escolheste comparável ao que gozamos nas margens do límpido Rohini, ma Mansão do Prazer, onde por ti choro há já longos e penosos anos? Volta Siddhartha. Oh! Volta. Ao menos beija-me outra vez em meus lábios, que ao menos outra vez eu repouse em teu peito, para que se desvaneçam os teus estéreis sonhos. Contempla-me. Não sou aquela que amas?” Buda respondeu-lhe: “Pelo doce amor daquela que assim recordas, sombra formosa e falsa de vã astúcia, não te maldigo porque assumiste uma forma tão querida, ainda que, como todas as aspirações terrenas, sejas ilusão mil vezes falaz. Desvanece-te de novo no vazio!” Então, ressoou um grito no bosque, e o sedutor tropel se desvaneceu com os seus flamígeros estandartes que ondulavam com as vaporosas telas.

A ILUMINAÇÃO Afugentado Mara, o Senhor Buda entregou-se à meditação. Ante os olhos do espírito passaram os males e misérias do mundo, procedentes das más acções com os seus consequentes sofrimentos. Então ele disse: “É verdade que se os homens soubessem antecipadamente o resultado das suas acções, não as cometeriam; porém a personalidade é cega e eles continuam sujeitos aos seus perniciosos desejos. Desejam ardentemente o prazer, e engendram a dor. Quando a morte destrói a personalidade, não encontram a paz. Continuam sujeitos à roda de mortes e renascimentos, e aparecem em outra personalidade em novas existências. Assim continuarão a mover-se em círculo, sem poder subtrai-se ao inferno que eles mesmos criaram. Vãos são os prazeres e ineficazes os seus esforços. Ocos como o bambu, e vazios como a bolha de sabão. O mundo está cheio de pecado e aflição, porque nele domina o erro. Os homens extraviaram-se porque pensam que o erro vale mais do que a verdade. E mesmo que vejam a verdade, desprezam-na pelo erro porque é no momento mais atraente, embora dê como resultado a aflição e a infelicidade.” Buda começou então a expor a doutrina do dharma. “Dharma é a verdade, a lei, a religião. Unicamente o dharma pode livrar-nos do erro, do pecado e da aflição.” Ao considerar as causas do nascimento e da morte, o Bem-Aventurado reconheceu que a ignorância é a envenenada fonte de todo o mal, que se encadeia nas doze vidanas. No princípio da existência não há conhecimento e desta ignorância surgem os apetites da vida de sensações, que por sua vez engendram as formas orgânicas com os seis campos de percepção, ou sejam, os cinco sentidos e a morte em que os cinco se resumem. Os seus campos relacionam-se com o mundo exterior e deste contacto provém a sensação que tece a rede da personalidade com o apego às coisas materiais. A personalidade perpetua-se nos sucessivos nascimentos que ocasionam a dor, a angústia, o abatimento, a velhice e a morte. “A causa de toda a dor é a ignorância. Dissipai a ignorância e os apetites que nascem dela se desvanecerão. Desaparecerá a falsa percepção do mundo material e vos livrareis da concupiscência, do erro, da ilusão, do egoísmo da personalidade, sobrepondo-vos à enfermidade, à velhice, à morte e ao renascimento:” As quatro Nobres Verdades O Sábio viu as quatro nobres verdades que mostram o caminho do Nirvana e o aniquilamento da personalidade. A Primeira Nobre Verdade é que o sofrimento existe. Sofre-se ao nascer, ao crescer, ao adoecer e ao morrer. Sofre quem está unido ao que repugna. Sofre quem se vê forçado a separa-se de quem ama. Sofre quem anela o que não pode alcançar. A Segunda Nobre Verdade é que o sofrimento tem a sua causa pois não existe efeito sem causa. O sofrimento provém da concupiscência. O mundo objectivo excita à sensação, e a sensação desperta o desejo com ânsia de imediata satisfação. O desejo de viver para satisfazer os desejos da personalidade prende-nos nas redes do sofrimento. O prazer sensual é um acontecimento que resulta em dor. A Terceira Nobre Verdade é que o sofrimento pode cessar. Existe um fim para o sofrimento. Quem subjuga a personalidade, livra-se da concupiscência, e por conseguinte, do desejo e da dor. A Quarta Nobre Verdade é que existe um Caminho para o fim do sofrimento. É o Óctuplo Caminho. Pela Óctupla Senda chega-se à eliminação do sofrimento. Salva-se do sofrimento somente aquele que submete a sua vontade ao dever. O Óctuplo Caminho O homem inteligente segue o Óctuplo Caminho e assim cessa de sofrer. Eis os oito itens da senda que lava à cessação do sofrimento:

I. Recta Compreensão II. Recto Propósito III. Recta Palavra IV. Recta Conduta V. Rectos Meios de subsistência VI. Recto Esforço VII. Recta Atenção (Concentração) VIII. Recta Meditação

“Trilhai-a respeitando o dharma, isto é, cumprindo o vosso dever e evitando prejudicar outros seres. Pensai na lei da causa e efeito, na lei do karma que forja o destino do homem, e domina os vossos sentimentos. Tal é a Recta Compreensão. Sede benévolos para com tudo o que vive. Extirpai a maledicência, a inveja, a ira, de tal sorte que vos assemelheis ao suave sopro da brisa. Tal é o recto Propósito. Cuidai dos vossos lábios como se fossem os portais de um rei. Que todas as vossas palavras sejam francas, sinceras e corteses, como se estivésseis na presença do rei. Tal é a recta Palavra. Que cada uma das vossas acções elimine um vício e fomente uma virtude. Como se entrevê um fio de prata entre as cristalinas contas de um colar, assim se deve mostrar o amor em toda a boa acção .Tal é a Recta Conduta. As outras quatro etapas superiores só podem galgá-las os pés que já não pisam caminhos mundanos. Almas cujas asas não têm mais plumagem! Não tenteis voar até ao sol! O ar das regiões inferiores vos é mais suave, e conhecidos e seguros vos são os caminhos e níveis domésticos a que estais acostumados. Tão só os seres vigorosos podem abandonar o ninho que cada qual fabricou para si. Valiosos são o amor da mulher e do filho. Sei-o. Agradáveis são as amizades e os recreios da vida. Úteis são as compassivas qualidades de uma conduta virtuosa. Fazei de vossa debilidade uma escada de ouro e ascendei pela diária convivência com estas ilusões até às verdades mais dignas de serem amadas. Assim alcançareis mais serenos cumes, será menos penosa a vossa ascensão, não pesarão tanto as vossas culpas, e vos fortalecereis pela vontade de quebrar as ligações dos sentidos e entrar na Senda. Tal é o dharma. Tal é a religião. Tal é a verdade.” E o Sábio exclamou: “Quanto tempo andei por caminhos errados! Ligado durante muitas vidas pela cadeia dos desejos, busquei inutilmente a origem da inquietação que tortura o homem, do egoísmo e da ansiedade inerentes à vida terrena, com o seu nascimento, as suas dores e a sua morte. Porém já o descobri. É a personalidade. Não construais, ó Senhores do Karma! nova casa para mim, porque rompi o jugo do pecado e quebrei o leme da inquietação. O meu Espírito entrou no Nirvana. Desvaneceu-se o desejo. Ali está a personalidade e aqui a verdade. Onde está a personalidade não está a verdade. São incompatíveis. A personalidade é o transitório erro do Samsara, a roda dos renascimentos e mortes; a isolada separatividade egoísta, a mãe da inveja e do ódio. A personalidade é a insensata avidez dos prazeres, o louco afã dos ilusórios triunfos e da vaidade. Em troca, a Verdade dimana da recta compreensão das coisas; é eterna; é a realidade da existência; é a bem-aventurança que conduz à recta senda. A personalidade é uma ilusão, e não há no mundo nem vício nem pecado, que não derive da afirmação da personalidade. Não é possível caminhar de pés firmes pela recta senda sem que se tenha antes abandonado o embaraço lastro das paixões egoístas. A perfeita paz requer o abandono de toda a vaidade. Bem-aventurado quem compreende o dharma. Bem-aventurado o que não prejudica os demais seres humanos. Bem-aventurado quem venceu o pecado e está livre de paixões. Goza de completa felicidade quem vence o egoísmo e a vaidade, porque já é perfeito e santo. Alcançou a suprema iluminação.” Concupiscência: desejo ardente dos gozos materiais. Viver a vida ocupando excessivamente a mente com temas de pensamento relacionados com a gratificação dos sentidos (por exemplo, comida, sexo…), e/ou a gratificação emocional (dar excessiva importância às emoções, aos afectos, à intimidade), para o material (bens materiais, poder, estatuo social ou profissional…) Tudo o que é material tem a sua importância relativa. Nada é “pecado” por si só. O perigo consiste em julgar esses gozos materiais como o objectivo principal da existência humana, como a meta mais pura e elevada. E o pior perigo, prejudicar outros seres para satisfazer esses desejos, ganhando karma, prendendo-se à lei da reencarnação. In "O Evangelho de Buda". Yogi Kharishanda.

Namasté.

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